Coxim MS

Em Coxim há 45 anos, Marcelino Garapeiro recebe de Marquinhos título de cidadão coxinense

11 ABR 2017 • POR Valdeir Simão e Youssef Nimer • 09h18
Com a Casa de Leis lotada, Marcelino recebeu a honraria acompanhado de parte da família e agradeceu ao vereador Marquinhos Vaz. - Foto: Assessoria

Rebuscando o passado coxinense, encontramos a história de um homem que pesar das dificuldades e adversidades da vida, conseguiu ao lado da esposa criar e educar doze filhos para se tornarem pessoas de bem e de relevância na sociedade. Por sua trajetória de vida marcada por muito trabalho, perseverança e fé, Marcelino Ferreira Capim, o Marcelino Garapeiro, de 85 anos, foi homenageado pelo vereador Marquinhos Vaz (PPS) com o “Título de Cidadão Coxinense”, durante a sessão solene da Câmara Municipal desta segunda-feira (10), véspera do 119º aniversário de Coxim.

A história de Marcelino Ferreira remonta a 1951 quando deixou a Bahia, aos 18 anos de idade, com um violão nas costas e um sonho na cabeça: ganhar dinheiro e voltar para ajudar a família. Tendo palmilhado por diversos estados brasileiros levando sua boa música aos bailes e serenatas do interior, Marcelino chega a Coxim em 1972, já casado e pai de oito filhos. Nessa época a música já não fazia parte de sua vida, pois o mesmo tinha se convertido à religião cristã. Marcelino chega a Coxim atraído pela notícia de terra farta e lugar bom para se viver, e encontra uma Cidade quase inóspita e sem nenhum resquício de progresso.

Marcelino conta que o cenário na época se resumia em algumas poucas casas na chamada Vila seca - hoje bairro Flávio Garcia - o parco comércio local e algumas instituições, como Prefeitura, Fórum e cartório, que ficavam na parte baixa da cidade, denominado atualmente como centro. A vida noturna ficava na Vila da ponte, onde estavam os bares e lanchonetes. Não havia na época energia elétrica, água encanada, asfalto e a única unidade de ensino era o Centro educacional Silvio Ferreira. As regiões onde ficam hoje os bairros Vila Santa Maria, Vila São Paulo, BNH, Vila dos Sargentos, bairro Senhor Divino, Vila Bela, Marechal Rondon, Jardim dos Pequis e Previsul ainda eram mata fechada.

Nesta Coxim inóspita Marcelino tentava encontrar um ofício que lhe garantisse o sustento de seus tantos filhos pequenos. O casal teve mais quatro filhos e a dificuldade aumentava conforme aumentava a família, algumas pessoas chegavam a sugerir que eles dessem um pouco da prole, mas eles sempre respondiam que com a ajuda de Deus iriam criar todos.

A família morou primeiramente numa residência que ficava nas imediações da escola Pedro Mendes Fontoura, no entanto a dificuldade pela falta de água, fez com que ele trocasse a modesta propriedade por uma bicicleta cargueira e mudassem então para a parte baixa da cidade, próximo ao rio. Ele foi trabalhador braçal, bananeiro, vendedor de amendoim torrado, vendedor de manga (que buscava de canoa do outro lado do rio), horticultor e por fim, descobre o gosto do povo pelo Caldo de cana e monta sua primeira garaparia na chamada Vila da Ponte, foi assim que ganhou a alcunha de “Marcelino Garapeiro”.

Posteriormente a garaparia passou para a então avenida Filinto Muller, onde Marcelino trabalhou por muitos anos, depois ele se tornou corretor de imóveis até se aposentar. Hoje Marcelino Ferreira desfruta de sua aposentadoria e reside no bairro Mendes Mourão, cuja rotina se divide entre os almoços com filhos, netos e bisnetos reunidos, regado a boa música acompanhada de seu inseparável violão.

Com a Casa de Leis lotada, Marcelino recebeu a honraria acompanhado de parte da família e agradeceu ao vereador Marquinhos Vaz. “Me sinto muito honrado por ter sido enxergado lá num canto da cidade por esse moço tão novo, mas tão disposto a trabalhar, um vereador que tem sinônimo de guardião, que vê as coisas e consegue dizer a verdade, quero agradecer ao Marquinhos e sua equipe, enfim a todos, e que Deus abençoe todos nós” finalizou.

Fonte: Assessoria de Comunicação