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Imasul confirma licença para termelétrica ser instalada no Pantanal

25 JAN 2017 • POR Correio do Estado • 10h09
Termelétrica do Global Participações em Energia em Candeias, na Bahia - Foto: Divulgação

Grupo baiano Global Participações em Energia (GPE) recebeu hoje do governo do Estado licença ambiental prévia para realizar estudos sobre implantação de usina termelétrica a gás natural no município de Ladário. A unidade que se pretende montar pode produzir energia com capacidade para abastecer uma cidade de 1 milhão de habitantes.

O governo do Estado garante que foram feitos todos os estudos para não haver impacto ambiental no Pantanal.

A estimativa do investimento é de R$ 900 milhões e a GPE, que está há mais de 16 anos no mercado, deve comprar gás diretamente da Bolívia, que fica a menos de 30 quilômetros do local do empreendimento. A capacidade de geração é de 267 MW de energia e será preciso de 1,2 milhão de m³/dia de gás para seu abastecimento.

O prazo para instalação do empreendido é de cinco anos. O local escolhido é aos fundos da subestação de energia do grupo Elecnor, em frente ao Sindicato Rural de Corumbá, mas no município de Ladário.

A licença concedida pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) vai permitir que o grupo possa participar de leilões de mercado ainda neste ano e obtendo contratos de venda de energia, vai assegurar a contratação do gás natural da Bolívia, que é trazido ao Brasil por meio de gasoduto.

“Já atuamos em regiões de relevância ambiental para o mundo, como o bioma amazônico, e o projeto de Ladário tem como pré-requisito a sustentabilidade, o respeito e o cumprimento de todas as normas socioambientais que o Pantanal exige”, garantiu Valfredo Filho, diretor da empresa que veio a Campo Grande para a assinatura da licença.

A governadora em exercício, Rose Modesto, e os secretários de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, e de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, participaram de reunião com empresários da GPE.

A termelétrica, segundo o governo do Estado, pode empregar 500 pessoas diretamente e outras 2 mil vagas devem ser criadas indiretamente, durante a construção do empreendimento.

“A região de fronteira com a Bolívia nos atraiu pelos incentivos do Estado, o gás natural disponível e a infraestrutura existente (ramal e subestação de energia)”, disse Valfredo. O grupo ainda tem outras cinco termelétricas e duas hidroelétricas na Bahia, Amazonas, Rio Grande do Norte e Tocantins.

 

VISITA CONFIRMADA

Rose Modesto tem agenda confirmada para visitar Corumbá e Ladário amanhã (25) e fará anúncio oficial na cidades sobre o empreendimento. Ela viaja com o secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli.

“Sem dúvida, vai fomentar o desenvolvimento e gerar empregos e renda em uma parte do Estado que precisa de grandes investimentos”, disse a governadora em exercício.

Jaime Verruck confirmou que a análise da licença vinha sendo estudada há mais de um ano. Ele garantiu que houve rigor técnico para não causar problemas ambientais no Pantanal.

“Precisamos levar investimentos para a região de Corumbá e há mais de um ano estamos trabalhando nessa licença prévia, com todo rigor técnico, em se tratando de Pantanal, principalmente na questão de emissões de gás. Fizemos inclusive, audiências públicas”, disse Verruck.

 

TERMINAL

O ramal de gás natural que deve ser utilizado pela termelétrica tem 40 quilômetros de extensão e foi construído na década de 1990 para abastecer a usina do grupo MMX, de Eike Batista. A empresa faliu e o sistema não entrou em operação por falta de licença.

“O Estado investiu R$ 60 milhões na implantação desse ramal e precisava dar uma solução, não apenas comercial, pois hoje temos um custo de R$ 1 milhão/ano na sua manutenção”, revelou o diretor-presidente da MSGás, Rudel Trindade.