Rodovia BR-163

Sensibilizados com morte de Edilaine, moradores de Bandeirantes se unem em protesto na BR-163

Moradores organizaram abaixo-assinado para solicitar medidas de segurança na BR-163 após jovem ser arrastada e morta

9 NOV 2024 • POR Redação/EC • 20h57
Protesto em Bandeirantes. - Foto: Reprodução

Sensibilizados com a morte precoce da jovem Edilaine Lescano, de 20 anos, na BR-163, em Bandeirantes, a 70 quilômetros de Campo Grande, moradores se uniram em protesto por justiça e pedir melhorias na sinalização na famosa ‘rodovia da morte’.

A concentração reuniu mais de 200 pessoas na manhã deste sábado (8). Com faixas, cartazes e camisetas que evidenciavam o luto, a população interditou a BR-163 para pedir justiça por Edilaine e cobrar melhorias na segurança da região que, sem radares, se tornou uma ‘pista de corrida’.

Morte de Edilaine comoveu Bandeirantes

Edilaine morreu atropelada por um carro no km 548 da rodovia, sendo arrastada no capô por cerca de 40 metros. Devido ao impacto, a jovem acabou morrendo no local e deixou uma filha pequena.

Vestidos de preto, os moradores querem chamar a atenção das autoridades públicas com os números de mortes em toda a extensão da rodovia. “Os moradores, vendo essa situação, se comoveram e não se conformaram com o ocorrido. Vamos fazer um protesto na BR-163, de forma pacífico, além de um abaixo-assinado”, disse ao jornal a jornalista Keyla Coelho de 39 anos.

O protesto na BR-163 ocorreu no mesmo km em que a jovem morreu. “Estamos pedindo às pessoas que compareçam e se vistam de preto, para fazermos esse protesto, chamando a atenção das autoridades competentes, porque do jeito que está a situação não poderia ser permitida”, pontuou.

Abaixo-assinado

Com intuito de pressionar as autoridades e cobrar segurança, os moradores colheram assinaturas por meio de um abaixo-assinado, no qual solicitam a adoção de medidas de urgência, como a instalação de redutores de velocidade, visto que, conforme eles, os motoristas não respeitam as placas indicativas de velocidade.

“Mato Grosso do Sul está com boa parte da rodovia sem radares e aí é óbvio que a gente sabe que ninguém respeita uma única placa dizendo que está chegando um perímetro urbano e que a velocidade permitida seria de 40 km/h”, pontuou Keyla.

Protesto cobra medidas de urgências na BR-163:

- Passarelas;
- Semáforos no perímetro urbano;
- Retomada da duplicação da rodovia;
- Redutores de velocidade;
- Ampliação da sinalização.

“A gente sabe que redutores de velocidade seriam um foco importante a ser inserido”, ressaltou.

Falta de segurança levou a morte de Edilaine

A morte de Edilaine ocorreu na última quarta-feira (6). Conforme informações obtidas pela reportagem, o motorista de uma Trailblazer, de 50 anos, teria atropelado a vítima enquanto ela atravessava a rodovia, próximo ao km 548.

Além disso, há suspeita de que o motorista estivesse em alta velocidade pela BR-163 quando atingiu a jovem. O veículo ainda arrastou a vítima no capô por cerca de 30 a 40 metros. Edilaine não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

A Perícia Técnica também realiza os levantamentos e apura as circunstâncias do atropelamento, mas, a princípio, o caso segue como homicídio culposo.

‘Pista de corrida’

Em junho deste ano, moradores de Jaraguari – cidade vizinha de Bandeirantes – denunciaram o abuso de velocidade cometido por condutores que trafegam pela rodovia. Contudo, os excessos passaram a ser frequentes após a retirada de redutores de velocidade, desinstalados em abril.

Na ocasião, os moradores da cidade relataram ter participado de reuniões com a prefeitura e secretários, mas não houve resposta por parte da CCR.

Procurada pela reportagem, a CCR MSVia disse apenas que “todos os radares previstos no Contrato de Concessão estão em operação e atendem às normas técnicas do Inmetro. Os demais radares estão em processo de substituição/atualização e seguem em tratativas com a Agência Reguladora para futuras instalações."

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