Inteligência Artificial cria tratamento para paciente com doença rara
Paciente com doença de Castleman Multicêntrica Idiopática (iMCD), tinha poucas chances de vida e não respondia mais aos tratamentos
12 ABR 2025 • POR Redação/EC • 16h28Um portador da doença de Castleman Multicêntrica Idiopática (iMCD) teve a vida salva graças ao tratamento criado por uma ferramenta de inteligência artificial (IA). O paciente tinha poucas chances de vida e não respondia mais aos tratamentos.
A IA ajudou a encontrar o melhor medicamento para tratar e o grande feito foi descrito em artigo da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e publicado em fevereiro no New England Journal of Medicine.
Atualmente, a pessoa está há dois anos em remissão da doença. A iMCD é uma doença rara, estima sua incidência em cinco casos a cada 1 milhão de pessoas. De origem desconhecida, ela se caracteriza pela liberação excessiva de substâncias inflamatórias pelo sistema imunológico, o que leva a danos em órgãos e tecidos.
Pessoas acometidas por ela têm problemas nos gânglios, inflamação sistêmica, disfunção renal e falência dos órgãos, com baixa taxa de sobrevivência. A única droga aprovada pela Food and Drug Administration (FDA, sigla da agência que regulamenta fármacos e alimentos nos Estados Unidos) é efetiva em metade dos casos; os demais se tornam refratários à terapia.
Na pesquisa, os cientistas usaram inteligência artificial para fazer uma análise genética do soro de pacientes. Assim, constataram que uma proteína chamada Fator de Necrose Tumoral (TNF) está aumentada nesses quadros. Em seguida, o algoritmo avaliou opções terapêuticas, sugerindo o bloqueio do TNF como uma estratégia viável e apontando o melhor medicamento para esse caso entre drogas já aprovadas pelo FDA.
Para a nefrologista Valéria Pinheiro de Souza, do Hospital Israelita Albert Einstein, a pesquisa exemplifica como a IA está revolucionando a descoberta de medicamentos.
“O estudo demonstra o impacto transformador da inteligência artificial na medicina. Ao combinar análise proteômica, transcriptômica e modelagem in vitro com aprendizado de máquina, os pesquisadores identificaram um novo alvo terapêutico para pacientes sem opções eficazes de tratamento”, analisa.
Para a especialista, o estudo reforça que a IA não é apenas uma ferramenta de automação, mas um catalisador para descobertas e inovações que podem redefinir paradigmas. “No futuro, quem souber integrar ciência de dados e IA para resolver problemas complexos estará à frente na transformação digital”, avalia Valéria de Souza.
Jd1 Notícias