Economia

Empresa de SP exporta pamonha e lucra com 'mercado da saudade'

Foco são brasileiros que moram fora e sentem falta dos produtos nacionais. Setor em crescimento é uma lacuna no mercado

9 OUT 2017 • POR Valdeir Simão e Youssef Nimer • 07h21
Foto: Reprodução

O brasileiro vai morar no exterior e sabe quem ganha com isso? Micro e pequenos empresários que lucram com a exportação de produtos do chamado 'mercado da saudade'. O brasileiro que viaja para o exterior sente falta da comidinha típica do Brasil e isso acabou estimulando o crescimento desse setor.

O 'mercado da saudade' é aquele especializado em comercializar produtos nacionais para as comunidades brasileiras que vivem em outros países.  Mais de três milhões de brasileiros moram fora do Brasil. O Humberto Azenha e o Rodrigo Marishima enxergaram isso. Eles já venderam mais de 90 mil pamonhas para brasileiros no exterior. Sem dúvida é uma grande lacuna no mercado.

O Humberto trabalhava com comercio exterior numa fábrica de polpa de frutas. De tanto ouvir brasileiros lá fora pedindo pamonha, ele largou o emprego e, junto com o Rodrigo Marishima, apostou no 'mercado da saudade'. O primeiro desafio: desenvolver a receita.

“Mais de cinco meses fazendo testes, teste de paladar mesmo, com liquidificador, batia, fazia a receita, colocava os ingredientes, fazia a receita final, congelava e no dia seguinte testava. Quantos testes? Mais de 100, com certeza”, conta Rodrigo.

Eles investiram R$ 200 mil para montar uma fábrica em Jambeiro, interior de São Paulo. No local eles preparam a pamonha e embalam o produto na própria palha do milho. Hoje, oito países já importam a pamonha brasileira: Canadá, Estados Unidos, Portugal, Suíça, Bélgica, Irlanda, Inglaterra e Japão. 

“Tem muita gente regional, goiano, mineiro, paulista, que consumia muita pamonha no Brasil. Estão lá fora 10, 15, 20 anos, imagina você 20 anos sem comer o que você mais gosta, então dá muita saudade, muita vontade, e quando encontra isso no mercado, o olho brilha. E não tem preço”, conta Rodrigo.

A chamada ‘lembrança da infância’ turbinou o 'mercado da saudade'. No primeiro semestre deste ano, a exportação de pé de moleque aumentou mais de 17% em relação ao mesmo período do ano passado. A de pão de queijo, 61% e a de polpa de frutas tropicais, mais de 95%.

Se depender do Rodrigo e do Humberto, a pamonha brasileira vai conquistar o mundo. Eles fabricam 1.500 unidades de pamonha por dia - 30 mil por mês, e 40% são exportados ou seja, 12 mil pamonhas. O produto tem validade de 12 meses e é vendido lá fora, em média, por US$ 3, o equivalente a R$ 10.

“A gente pensa em ganhar no volume, não pensa em ganhar na pamonha na unidade, mas no volume, por isso a gente tem margem pequena para gerar volume para alcançar o máximo de países, o máximo de mercados possíveis e de máximo freezers possíveis na casa do consumidor”, fala o diretor do Ceciex, Julio Ribeiro.

PAMONHA GOURMET

Rua Sebastião Vitorino Coelho, 560, Santa Bárbara

Jambeiro/SP - CEP: 12270-000

Telefone: (12) 3042-0272 / (11) 98227-5229 / (11) 97296-9909

www.pamonhagourmet.com

ABIA

http://www.abia.org.br

CECIEX – CONSELHO BRASILEIRO DAS EMPRESAS COMERCIAIS IMPORTADORAS E EXPORTADORAS

DIRETOR JULIO CÉZAR DUTRA RIBEIRO

Telefone: (11) 3180-3170

www.ceciex.com.br

Fonte: G1