Nos testes de gramática da língua portuguesa, quando erram, os estudantes põem a culpa em tudo, exceto neles:
A culpa é do professor que explicou o conteúdo na hora que eles estavam furtivamente nos games e redes sociais pelo celular...
A culpa é do horários das aulas, se é de manhã deveria ser à noite, se for noite deveria ser de manhã...
A culpa é da própria língua portuguesa que é difícil e nem brasileira é...
Somos gestantes de uma geração de futuros adultos irresponsáveis em que a culpa é sempre do sistema
Convivemos com um Estatuto que, a bem da verdade, protege sim a criança e o adolescente mas, por outro lado, protege em excesso o erro e desvio de conduta destes.
A ação corretiva e punitiva pelos atos praticados é vista com indulgência e até mesmo perdão que avaliza e corrobora a prática de novas práticas delituosas.
Sabedores que o alcance da lei lhes é restringida pelo Estatuto esses jovens recebem um cheque em branco cujo lastro financeiro e econômico será onerado a toda sociedade.
Com a desistência da Família, Igreja e as próprias Forças Policiais que veem seus esforços em vão, sobra para a escola o papel de tentar "enfiar" no cérebro sem o menor sinal de sinapse (comunicação entre os neurônios) de que o futuro que lhes espera é produto das ações que se desenvolvem no presente.
Deslocados no tempo e no espaço esses jovens não apresentam perspectivas de futuro. O máximo que suas projeções dão conta é de se preocupar se no sábado que vem eles terão uma garrafa de catuaba ou de vodka para consumir.
Anestesiados pelos problemas políticos e econômicos a sociedade vê tudo isso e "deixa rolar", esquecendo-se que amanhã esses jovens serão os adultos e nós os idosos a lamentar pelas atitudes que não tomamos enquanto ainda podíamos.
E no meio disso tudo, a culpa é dos professores que não sabem ensinar direito e da língua portuguesa que é chata e difícil