Foi-se o tempo que o nome de Deus era pronunciado com todo protocolo que os mecanismos da linguagem impunham para sua invocação. A dimensão sagrada de Deus não se podia misturar nem confundir com a extensibilidade da fraqueza humana.
Nesses idos tempos, Deus tinha seu registro nominal apenas em zonas higienizadas da esfera humana. O palco onde Deus se apresentava era apenas o da religião e, mesmo isso, muito ritualisticamente como, por exemplo, nas orações e preces.
Com o passar dos anos Deus foi descendo ao cotidiano dos homens com expressões do tipo "se Deus quiser", "Deus me livre... E assim os correligionários de Deus na terra - Igreja/religião - foi, aos poucos, permitindo Deus circular entre os homens.
Ao invés do homem se "divinizar" a partir dessa proximidade, Deus foi se "humanizando". E foi dessa forma que Deus foi parar na política. Não muito raro, ouvimos e lemos discursos de políticos se apoiando na "palavra de Deus" (ou nas palavras que "dizem que são Dele) para fazer algo que é única e exclusivamente humano: a política. Uns mais outros menos.
Deus que era o “Todo-Poderoso” tornou-se vice na chapa de uns e cabo eleitoral na de outros
Ancorados nos valores de Deus e de suas instituições (casamento, família, etc) arrastam multidões que dizem que esses valores já se perderam.
Nesses tempos em que Deus é um agente da política, a pergunta que perturba é: reduziremos Deus a mais o quê? – Deus me livre das respostas!!!