Qualquer pessoa que esteja atualizada em política internacional sabe a dura realidade por que passa a Venezuela.
A crise econômica tem levado a um quadro caótico que faz muitos venezuelanos a cruzar a fronteira com o Brasil em busca de insumos básicos de alimentação, saúde e demais serviços que dignificam a condição humana.
Por pior que seja a realidade que nós brasileiros atravessamos, a dos venezuelanos parece ser ainda mais grave. No entanto, o que está ruim pode piorar um pouco ainda mais.
Em Coxim, vivemos dias de completa depauperação (empobrecimento) da política-admistrativa, similar àquela experimentada pelo país vizinho.
Não se ouve sequer um único elogio direcionado à cidade de Coxim. Ao contrário: multiplica-se nas redes sociais pessoas denunciando a triste situação que elas enfrentam no dia a dia.
A insatisfação levanta suspeitas de que o mal gerenciamento dos parcos recursos se faz com base em critérios eleitoreiros.
Estamos vivenciando quase um processo de "venezuelização" de Coxim. Não temos, obviamente, um Nicolas Maduro, pois tudo que era maduro em Coxim já apodreceu.
O argumento da crise econômica já não é mais suficiente para explicar a ineficiência dos serviços públicos, a precariedade da infraestrutura ou fracasso de uma gestão que patina e não sai do lugar.
Na falta de boas notícias para dar a população, um blackout se converte em notícia de primeira hora para escancarar que a elaboração de um informe é a tarefa mais laboriosa que se consegue fazer. Não falta muito para que o aspecto mais agudo do processo venezuelizatório seja decretado.
Enquanto isso não ocorre situação e oposição se agarra ao ufanismo para ocultar as trincheiras e barricadas de uma incessante batalha pelo poder. Afinal, para ambos os lados, por mais "venezualada" que seja,
"Bom mesmo é Coxim".
Autor: Valdir Silva
Foto ilustrativa/John Moore/Getty Images