NA CAVERNA Após o desastre eleitoral de 2018 os dirigentes do PT e MDB daqui hibernaram talvez para reflexão da humildade. Haja chinelos! A redução das gordas mesadas do Fundo Partidário seria um dos motivos para cortar despesas e demitir funcionários de suas sedes. Os dois partidos vão demorar para se acostumarem sem as tetas que mamaram como sócios do Governo.
ESTRANHO Perguntei ao deputado Marcio Fernandes se ele teria pretensão de assumir o diretório do MDB. Evasivo, optou por uma resposta fragmentada passando a impressão de que o assunto não estaria na pauta ou a decisão passaria por outras lideranças. Pensando bem – MDB e PT – sofrem hoje o processo de rejeição pelo estigma de envolvimento na corrupção. Como diria o sábio televisivo ‘Sinhozinho Malta’: “Tô certo ou tô errado?”
MULETA O anúncio do eventual convite a senadora Simone Tebet (MDB) para sair candidata à prefeita da capital não é o antídoto contra o desânimo reinante. O fato dela presidir a CCJ do Senado não influi na recuperação do MDB no MS. A prioridade dela seria tentar compensar a palidez de seus primeiros 4 anos de mandato, cuja decepção foi proporcional a nossa expectativa (do colunista e eleitores). E mudar de partido não irá garantir-lhe sua reeleição. E mais: a situação do ex-governador Puccinelli (MDB) – seu padrinho político - mais atrapalha do que ajuda.
PELAS BEIRADAS Nos corredores do poder comenta-se as próximas ações políticas de quem tem o governo nas mãos. Vários prefeitos estão sendo sondados para a troca de sigla partidária em direção ao PSDB. Aliás, no 2º turno em 2018 o candidato Reinaldo (PSDB) teve o apoio público de 9 prefeitos do MDB. No fundo, os prefeitos querem mais é resgatar suas promessas e para isso a ajuda do Governo do Estado é essencial. Sempre foi assim. Sem ilusões.
O RETRATO sem retoques. Os prefeitos contam com as emendas parlamentares para cumprir a agenda de governo. Com apenas 3 deputados estaduais, nenhum na Câmara Federal e só uma representante no Senado, os prefeitos do MDB sabem que terão pela frente um longo período de vacas magras. Argumento convincente para a troca de ‘camisa’.
AVISO aos ilustres que estão iniciando o mandato. O poder pode ser comparado aquela fatia quentinha do bolo da mamãe que saia do forno - que de tão gostoso comiamos rapidinho e quando menos se esperava tinha acabado. Ficavam apenas os ‘farelinhos’ no prato e na mesa, além daquele cheirinho no ar de quero mais.
O CENÁRIO político no início de legislatura é mesclado pela ansiedade daqueles que estão chegando ao poder e tristeza daqueles que foram embora. Contrariando a lógica, o desafio maior não é necessariamente o exercício do poder, mas sim reunir motivação gratificante de verdade para seguir em frente após ficar sem o poder. Eis a questão.
CONFISSÃO nem sempre o que a mídia mostra é real. No poder há o bom caráter, o oportunista, o idealista, o escroto, o generoso, o mesquinho e outras tipos que se revelam longe da tribuna, holofotes e gabinetes. As fotos das imagens maquiadas nem sempre retratam a realidade. De alguma forma a comparação lembra os personagens do mundo artístico. Nem sempre o que parece é! Diz o ditado que devemos tratar bem as pessoas quando estamos na fase ascendente da vida, pois poderemos reencontrá-las quando estivermos escada abaixo.
ANONIMATO é o terror para quem se acostumou com a generosidade da mídia, fotos e as deferências de quem está no poder. Aquele ritmo estressante acabou. Acostumar-se com a bermuda, chinelo, camiseta e ir à padaria todas as tardes é angustiante. A falta de convites para eventos e a caixa vazia de correspondência incomodam personagens que foram influentes. A ficha demora a cair e às vezes vem o inconformismo raivoso.
CRUEL! Apesar da gorda conta bancária, o cérebro de muitos corre sério risco de se tornar um porão vazio. Nem sempre há quem se dispõe a ouvi-los sobre o passado e falta-lhes espaço ou ambiente favorável. Políticos sem poder, despreparados, lembram os ex-atletas e artistas que já tiveram seus momentos de glória e hoje poucos lembrados na mídia e reconhecidos na rua.
HENRY SOBEL: “Na vida, cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que se resolva por desfazer-se do que julgar necessário. A vida é feita de partidas e chegadas. De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida, para outros é a chegada”. (da parábola contada pelo rabino Sobel por ocasião da morte do ex-governador de São Paulo Mario Covas).
COVARDE? Qual a justificativa da fama de solidário do brasileiro? O cotidiano mostra cidadãos omissos em acidentes e tragédias. Prefere-se fotografar e filmar cenas de desgraças a iniciativas de ajuda. Essa realidade está sendo focada pelo deputado federal Fabio Trad (PSD) no seu projeto penalizando mais forte o crime de omissão de socorro. (“Haverá tanta maldade que o amor de muitos vai esfriar”) Mateus 24:12.
NA MÍDIA a guerra pelo poder no PSL Estadual vai ficando interessante e ganhando espaço no noticiário. No centro a senadora Soraya Thronicke e ao redor os deputados Luiz Ovando (PSL) e coronel Davi (PSL). Cada qual com seus argumentos. Acho que essas diferenças internas podem revigorar o partido, mas sem provocar fissuras irreparáveis. O PT, por exemplo, soube conviver com suas diferenças internas. Mas no caso do PSL há muita ansiedade e a pressão sobe.
PUCCINELLI Começa o ano com péssimas notícias. Essa decisão da 3ª. Vara Federal de Campo Grande ampliando o bloqueio judicial de seus bens para R$76,711 milhões redimensiona a situação do ex-governador (MDB) no escabroso escândalo ‘Lama Asfáltica’ em sua 5ª. fase. O total atualizado do bloqueio de bens das empresas e cidadãos denunciados nesse processo atinge a R$101,767 milhões. Muito ou pouco?
MEMÓRIA Confira os valores de bens bloqueados dos outros 7 denunciados no mesmo processo: João R. Baird R$5,501 milhões, Antonio Celso Cortez R$4,968 milhões, João M. Cance R$3,963 milhões, Itel Informática R$4,930 milhões, Mil Tec tecnologia R$570 mil, PSG Tecnologia R$1,158 milhão e Congeo Construções R$3,963 milhões. Imagine essa grana convertida em remédios!
REAÇÕES - Em 2018 o Governo Estadual conseguiu o bloqueio de R$78,1 milhões de 18 réus da Operação Lama Asfáltica, quebra de sigilo bancário e repatriação de dinheiro desviado referente a obras mal feitas e superfaturamento na rodovia MS-430. Agora o Governo prepara outra ação para reaver o dinheiro aplicado na rodovia Juti Iguatemi (MS 180) que derreteu na primeira chuva. Portanto o chumbo é grosso.
REFLEXÃO - Perder a Copa do Mundo para Cuiabá acabou sendo um bom negócio para nós. Deixamos de endividar o Estado com obras questionáveis. Até hoje Mato Grosso sente os efeitos negativos daquela aventura. O episódio, somado a outros casos de corrupção, jogaram o Estado na vala dos endividados. A situação é tal que o Tribunal de Justiça estuda o fechamento das comarcas de Nortelândia, Poxoréu, Arenápolis, Pedra Preta, Dom Aquino Jucimeire e Itiquira.
MANCADA! Vamos perder a ligação cultural e um pouco afetiva com as placas de nossos carros com o advento das placas horrorosas do Mercosul. Ora! O nome da cidade é uma referência informativa insubstituível em qualquer situação. Esse vazio deverá dar espaço a iniciativa de identificar a cidade e Estado com adesivos próximos a placa ou no vidro traseiro do veículo. Anote: sentiremos saudades das placas com o nome da cidade. Em pouco tempo as placas vão virar ‘souvenir’ como já ocorre em outros países.
JOGADA CERTA Michel Temer (MDB) bem que poderia ter aprovada a reforma da previdência, mas faltou-lhe tato para adotar uma estratégia vitoriosa. Não usou a mídia para angariar o apoio dos brasileiros, que por sua vez poderiam ter pressionado os congressistas para aprovação. Agora Bolsonaro (PSL) joga certo e promete ir fundo na divulgação da necessidade de aprovação da reforma. Apesar dos entraves a aprovação virá!
FACADA! O assunto nas rodas sociais é a tarifa de energia. Tema que se renova. No passado o então deputado Marcos Trad acabou se consagrando no comando de uma CPI exitosa. A Assembleia Legislativa sob o comando do deputado Paulo Correa (PSDB) cumpre suas atribuições convocando o pessoal da Energiza para o debate. Quanto aos resultados a gente sabe: dependerão de vários favores. E o país é Brasil!
“O país econômico está quase parado à esperada da Previdência” (Vinicius T. Freire)