A imprensa publicou durante o carnaval que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disparou do próprio celular, pelo WhatsApp, um vídeo convocando o povo para uma manifestação no dia 15 de março contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.
Será uma data aleatória ou esta data foi premeditada, pois no dia 15 de março de 2020 completa exatamente 35 anos da nova república ou Sexta República Brasileira
A Sexta República é um período da história do Brasil que surgiu ao final da Ditadura Militar (Quinta República), no dia 15 de março de 1985, sendo caracterizada por uma ampla democratização política do Brasil e sua estabilização econômica.
João Baptista de Oliveira Figueiredo foi o 30º Presidente do Brasil (1979 a 1985) e o último presidente do período da ditadura militar
Em 1985, Tancredo Neves após ganhar por eleição indireta no Colégio Eleitoral, deveria suceder o último presidente militar, João Figueiredo, mas, infelizmente, as vésperas da posse sente fortes dores abdominais durante uma cerimônia religiosa em Brasília, no Santuário Dom Bosco, e é internado. Mesmo com todo o esforço das equipes médicas e após sete cirurgias, no dia 21 de abril é anunciado o falecimento de Tancredo. O vice-presidente, José Sarney, foi então o 31º Presidente do Brasil.
Depois de relembrar um pouco da história entre a ditadura militar e a nova república, principalmente das datas, 15 março de 1985 e 15 de março de 2020, vou voltar a falar do vídeo
O vídeo de quase 2 minutos, com a trilha sonora do Hino Nacional e com imagens do presidente Jair Bolsonaro, sendo esfaqueado, no hospital e em aparições públicas vai intercalando com textos, tais como:
“Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15.3 vamos mostrar a força da família brasileira. Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil. Somos sim capazes, e temos um presidente trabalhador, incansável, cristão, patriota, capaz, justo, incorruptível. Dia 15/03, todos nas ruas apoiando Bolsonaro”.
O vídeo está acompanhado de um texto:
“- 15 de março. - Gen Heleno/Cap Bolsonaro. - O Brasil é nosso, - Não dos políticos de sempre.”
Então surge a pergunta:
NO DIA 15 DE MARÇO DE 2020, VAMOS INICIAR A SÉTIMA REPÚBLICA?
É uma boa pergunta... mas vamos ter que esperar alguns dias para saber o que vai rolar.
O que sabemos hoje:
- Jair Bolsonaro (Militar, ex-vereador e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro, foi eleito presidente do Brasil pelo voto)
- Hamilton Mourão (Militar - Vice-Presidente)
- Augusto Heleno (Militar - Gabinete de Segurança Institucional),
- Jorge Oliveira (Militar - Secretaria-Geral da Presidência da República)
- Luiz Eduardo Ramos (Militar - Secretaria de Governo)
- Otávio Rêgo Barros (Militar - Porta-Voz da Presidência da República)
- Walter Souza Braga Netto (Militar - Casa Civil)
Ainda seria possível citar mais alguns cargos, mas com esses já é o suficiente para saber que os militares chegaram novamente ao poder – sem nenhum golpe – entretanto, se a convocação for real, deve ser para validar o apoio do povo contra as barreiras impostas pelo Congresso Nacional.
Os parlamentares cobram o cumprimento pelo governo de suas emendas ao Orçamento de maneira impositiva. Já o Executivo, por sua vez, quer liberdade para decidir onde aplica os recursos da União, ou seja, atritos entre o presidente e o Legislativo podem paralisar o governo, pois o Executivo não consegue implementar suas políticas sem ter aliados.
Se tudo confirmar, vamos ter em março duas manifestações, sendo a primeira no dia 15 (domingo) pela direita e a outra no dia 18 (quarta-feira) pela esquerda
No site da Central Única dos Trabalhadores, Sergio Nobre, o atual presidente, está convocando junto com as demais centrais sindicais, todos os trabalhadores para participarem de um dia de mobilizações nos locais de trabalho – 18 de março – com paralisações e atos nas principais capitais e cidades do interior do país.
Será que é para ver quem mobiliza mais pessoas no país ou é tudo “Fake News”?
Foto da capa: Reprodução / Internet