Ninguém descarta uma retaliação do Irã, após a morte do chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária, Qassem Soleimani, um dos homens mais poderosos do país.
O general Soleimani morreu em um ataque com um drone dos Estados Unidos na quinta-feira (2) em Bagdá, no Iraque
Mesmo com a advertência do presidente Donald Trump, emitida via twitter na noite de sábado (4), “que tem na mira 52 alvos importantes no Irã”, caso os iranianos atinjam algum americano em vingança pela morte do general Soleimani, a possibilidade do Irã iniciar uma guerra convencional contra a supremacia bélica dos EUA é quase impossível, mas podem intensificar os atos de terrorismo, que é o uso de violência, física ou psicológica, através de ataques localizados a elementos ou instalações de um governo, de modo a incutir medo e pânico.
Dessa forma, as embaixadas e os consulados americanos que estão localizados em diversos países do mundo, podem ser alvos, independente da advertência de Trump.
Em solo brasileiro, os americanos possuem uma embaixada (Brasília), quatro consulados (Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo) e uma representação diplomática (Belo Horizonte).
Diariamente, muitos brasileiros que solicitam visto para entrar nos EUA acessam esses locais, para entrevista ou outros serviços consulares.
Medidas de segurança
Segundo site do governo americano, por razões de segurança, solicitantes de visto e cidadãos americanos não são autorizados a entrar na embaixada ou nos consulados com telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos (incluindo, entre outros, smartwatches [relógios inteligentes], dispositivos de monitoramento de atividades, como fitbits, tablets, laptops, e outros dispositivos de gravação). Bolsas (com exceção de uma bolsa pequena ou equivalente), também não são permitidas.Todos os visitantes e itens estão sujeitos a uma vistoria completa.
Como a embaixada e os consulados não possuem local para armazenar tais itens, eles recomendam que os clientes não levem esses itens.
Caso exista necessidade de levar esses equipamentos eletrônicos, o aviso informa que há companhias privadas que oferecem local para armazenar tais equipamentos e que o serviço é pago. Mas, essas companhias não são sancionadas ou afiliadas com o governo dos Estados Unidos, ou seja, a embaixada e os consulados não se responsabilizam por qualquer objeto deixado com tais companhias.
Carro-bomba
A utilização de carros-bomba, carregados com muitos quilos de explosivos, são usados pelos terroristas contra embaixadas, consulados e outro alvos.
Em 1992, o prédio da embaixada de Israel em Buenos Aires foi alvo de um carro-bomba. Além da embaixada, uma igreja católica e um prédio escolar próximo foram destruídos. Quatro israelenses morreram, mas a maioria das vítimas eram civis argentinos, muitas delas crianças. A explosão matou 29 pessoas e feriu outras 242.
A agência de segurança de Israel descobriu posteriormente, que existia um plano terrorista na área da tríplice fronteira (Argentina, Paraguai e Brasil), pois a região tinha uma grande população muçulmana.
Dois anos depois, também em Buenos Aires, a Associação Mutual Israelita Argentina (Amia) foi alvo de um carro-bomba. A ordem partiu do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, e coube ao Qassem Soleimani organizar a ação. Deixando 85 mortos e 300 feridos.
Dano colateral
O problema dos atos terroristas são os “Danos Colaterais”, que é qualquer dano causado a objetos ou pessoas diferentes do alvo pretendido. Um termo frequentemente utilizado nos meios militares para definir a destruição de alvos civis ou morte acidental de não combatentes, ou seja, por exemplo, prédios e brasileiros que estiverem próximo ao raio de ação de um carro-bomba podem sofrer as consequências de um atentado terrorista, mesmo não sendo os alvos.
Os terroristas não se importam com o dano colateral
Portanto, se alguém perguntar: Pode ser o início da terceira guerra mundial? A resposta é NÃO, mas se a pergunta for: Existe a possibilidade da embaixada e dos consulados americanos serem alvos de terroristas do Irã no Brasil? A resposta é SIM.
Por isso vale o ditado: “É melhor prevenir do que remediar”
Prédios podem ser construídos novamente, mas a morte de pessoas, não tem mais volta.