Segundo o dicionário, fanático é aquele que segue cegamente uma doutrina ou partido, o termo não está ligado unicamente a doutrinas políticas ou religiosas, pois tudo aquilo que leva o indivíduo ao exagero é considerado como forma de fanatismo, podendo-se ser fanático por amar exageradamente uma pessoa, objeto, time de futebol, etc.
O termo fanatismo foi utilizado a partir do século XVIII para se referir a pessoas que seriam partidárias extremistas, exaltadas e acríticas de uma causa religiosa ou política, é caracterizado pela convicção de se ter a certeza absoluta sobre algo, não admitindo sob nenhuma hipótese que essa certeza seja contestada.
Trata-se de uma crença exagerada, é a adesão cega a uma visão de mundo, em que a pessoa se sente como a dona absoluta da verdade. Por essa verdade, os fanáticos vão até as últimas consequências, aderem à prática de tortura e até a linchamento, pois para o fanático aquele que pensa diferente é inimigo.
Nos séculos XVI e XVII, a Europa entrou em uma guerra sangrenta entre católicos e protestantes, pois cada grupo achava que era o verdadeiro detentor da palavra divina, considerando herege, isto é, um pecador, aquele que pensava o contrário.
Por conta desta batalha sangrenta que promoveu a morte de muita gente, inclusive da realeza, grandes pensadores da época como Baruch Spinoza e John Locke começaram a escrever artigos sobre a tolerância e a necessidade de que a sociedade deveria conviver com aquele que pensava diferente.
Foi aí que no século seguinte (XVIII), abriu-se caminho para o Estado laico, onde o cidadão seria livre para professar sua fé, e o Estado não interviria nisso, desde que um não invadisse o direito do outro. Spinoza no "Tratado Teológico-Político" (1670), percebeu que a luta religiosa não passava de um pretexto que os homens usavam para ocultar suas ambições de poder e de domínio.
Aí se vê o quão forte é o impacto do fanatismo na sociedade, pois ela se viu obrigada a mudar todo um sistema para evitar uma implosão, ou seja, uma guerra civil que poderia acabar com a própria sociedade.
Atualmente além do fanatismo religioso, nós ainda temos o fanatismo por time de futebol que acaba matando pessoas e promovendo atos grotescos de intolerância, exemplo disso foi um grupo de torcedores que expulsaram uma pessoa do metrô somente por ela estar com uma camiseta de outro time.
Também temos agora em nosso país o fanatismo político, que está promovendo uma guerra digital entre pessoas que têm visão de mundo diferente. Nenhum dos lados tolera as ideias do outro, e por isso promovem atos de violência.
No horizonte não conseguimos ver nada bom nesse caminho de intolerância e desrespeito para com o outro, pois o fanatismo trata-se do ato do indivíduo de ceder aos seus instintos animais, deixando a civilidade e a educação de lado. É o estado puro da ignorância (burrice).