Quando Dom Pedro I, às margens do Rio Ipiranga, no dia 7 de setembro de 1822, proclamou a independência do Brasil, estava representando o sonho de uma sociedade que ansiava por liberdade e justiça social, onde seu povo deixaria de ser escravizado por Portugal.
A nossa Constituição Federal estabelece no artigo 1º que os fundamentos da nação são: 1) a soberania; 2) a cidadania; 3) a dignidade da pessoa humana; 4) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e 5) o pluralismo político.
O artigo 3º diz que são objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 1) construir uma sociedade livre, justa e solidária; 2) garantir o desenvolvimento nacional; 3) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 4) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Passados 199 anos, como estamos?
O Brasil passou de 6ª para 12ª economia mundial, 52 milhões de brasileiros estão em cenário de pobreza, 39 milhões estão em estado de pobreza, e 13 milhões estão na extrema pobreza.
Segundo o IBGE, metade dos brasileiros sobrevive com apenas R$ 438 mensais, ou seja, quase 105 milhões de pessoas têm menos de R$ 15 por dia para satisfazer todas as suas necessidades básicas.
Apenas 1% dos brasileiros ganha R$ 17.373 mensais. O Índice de Gini - indicador que mede a desigualdade numa escala de 0 a 1, sendo maior a concentração de renda quanto mais próximo de 1 for o resultado - saiu de 0,545 para 0,543 pontos na passagem de 2018 para 2019. Os 10% mais ricos ficam com 42% da riqueza do país.
Não bastasse a alta concentração de renda, nosso país anda na contramão do desenvolvimento, somos uma grande fazenda, nossa economia gira em torno das exportações de commodities, a indústria que é a grande propulsora do emprego e da renda está sucateada.
A pandemia nos mostrou o quanto deletéria é a política industrial brasileira, não conseguimos produzir máscaras, álcool, e materiais para os hospitais por incapacidade de produção.
Este país que além do seu povo, tem um solo abençoado por recursos naturais de grande monta, mas até isso está minado e destruído, pois já nos falta água, e a política que nós temos é de destruição de todo recurso natural.
Deste modo, resta-nos a indagação, DEIXAMOS DE SER ESCRAVOS? Diante de tantos problemas, será que o caminho é um sistema autoritário? Qual exemplo no mundo que um regime autoritário e ditatorial promoveu justiça social? Quando foi que a educação, a coerência, a produtividade, a honestidade, a integridade, a disciplina, o respeito, a paciência e, principalmente, a capacidade de empoderar pessoas deixaram de ser características de um bom líder?
Eu, ainda acho, que o caminho da paz é melhor do que o da guerra, e você?