É uma pena que após longo tempo de discussões e avanços filosófico e epistemológico a respeito da multiplicidade da existência humana caímos no reducionismo inconsequente: ou se é de esquerda, ou se é de direita.
Querem fazer crer que se instaurou uma política do silenciamento: não se pode sequer questionar, que os defensores declarados, de ambos os lados, se veem no direito a execrar a opinião em contrário.
O depauperamento do diálogo tem como consequência óbvia a inflexibilidade e inviabilidade da troca de conhecimentos por ele possibilitado.
Erguem-se trincheiras e cobrem-se com o manto maniqueísta: ou está comigo ou está contra mim.
A solidez das relações que já eram raras desaparece de vez no horizonte das possibilidades de entendimento entre as partes em conflito.
A palavra “respeito” mediadora da convivência nas sociedades civilizadas converteu-se em mero artefato penduricário do léxico, evocado tão somente quando se tem por finalidade defender o meu ponto de vista.
Estaríamos vivendo a morte da razão? Em nome de que tipo de progresso estamos entrincheirados? Nossa imaturidade social ainda não nos fez perceber que numa guerra ninguém ganha - todos perdem.