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Manoel Afonso

Coluna

O eleitor - fiel apenas de si mesmo

15 FEV 2018Por Manoel Afonso08h:12

COMPLICADO - Esse um dos termos adequados, dentre tantos, para definir a postura política do ex-prefeito Alcides Bernal (PP). E foi por esse corolário de ‘preciosidades’ que perdeu a chance. Como se diz no universo político: passou batido sem nova chance do ‘bilhete premiado’. Por isso terá dificuldades de um alinhamento nestas eleições.

SOLIDÃO - na política é o isolamento por falta de capacidade de conviver também com os adversários ou diferentes. A política exige desprendimento acima de tudo. Aqueles que conviveram ou tentaram conviver com Bernal se arrependeram. Colhe o plantio. E não é por acaso que curte a solidão na multidão, a pior delas. Só - até no cafezinho.

A FRASE - “Vamos disputar o governo com um bom plano de governo e uma aliança forte” – dita pelo ex-governador André Puccinelli (MDB) no evento de Costa Rica é a confissão que seu projeto eleitoral é dependente. Mas pelos partidos disponíveis na prateleira, exceto o PSDB, não há opções que engordem o cacife do MDB ou de André.

VEJAMOS: O PT tem suas diferenças históricas com André. O PR tem suas lideranças, alinhadas ao Governo Estadual. O PSD do prefeito Marcos Trad sem motivos para compor com o MDB e romper a boa parceria com o Governo. O PP de Bernal é incógnita. E o PTB do ex-prefeito Nelsinho Trad com problemas na justiça é outra interrogação.

EXCLUÍDAS essas alternativas expostas não restam outras. O que se vê além, são alguns personagens com direito ao sonho delirante de poder - próprio da democracia. Impossível juntá-los formando um grande exército. Pura utopia porque esses líderes não entusiasmam e não tem a capacidade de manter a unidade do grupo. Esfacelam.

A SUCESSÃO apresenta esse quadro, sem retoques e sem outros personagens que possam mudá-lo. O escandaloso quadro político com prisões inclusive, alterou o humor do eleitorado de MS. Após a internet e o celular, acabaram os eleitores capiaus e fieis. Ricos e pobres, intelectuais e analfabetos pensam iguais. Só muda a forma de expressar.

POSSIBILIDADES Reverter o quadro atual é possível. Dependerá de fatos nacionais e locais. Ouço teorias diversas. Odilon sustentará a dianteira quando a campanha começar? Reinaldo continuará nesta fase ascendente beneficiado pela boa avaliação de seu governo? Que fato novo positivo recolocará André em posição mais confortável?

FIDELIDADE Hoje o eleitor é apenas fiel de si mesmo. Tem uma percepção incrível do que ocorre a sua volta. Faz a leitura rápida dos fatos e seus personagens. Indague a um pipoqueiro por exemplo, se reconhece o envolvimento do ex-presidente Lula nos casos do triplex e do Sítio de Atibaia. Mesmo sem entender de Direito, dirá sim!

TEORIA DO FATO - Tenho conversado com juízes, advogados e promotores sobre essa teoria que sinalizou a ‘Lava Jato’ e inovou conceitos. O desembargador Alexandre Barros – último representante indicado pela OAB-MS, não esconde que é partidário da ‘Teoria do Fato’. Coerente nas alegações, o mais novo dos desembargadores, tem arrancado elogios também pela simplicidade de postura. Continue assim – mortal.

NO PASSADO - o eleitor nascia, vivia e morria na UDN ou PSD – os dois grandes partidos que reinaram por décadas. As cidades divididas e as famílias unidas. Hoje, filho não vota no candidato do pai e nem o empregado segue voto de seu patrão. Cada qual no seu quadrado, com seu próprio olhar. Outros tempos, de críticos!

CRÍTICOS - e corajosos e que não faltam no facebook. É a grande chance de todos destilarem o lado jornalístico com exageros. Essas redes sociais punem culpados e inocentes antes mesmo do julgamento. Uns vão pelo instituto justiceiro e outros pela oportunidade de manifestar suas mágoas ou compensar as suas frustrações pessoais.

PERGUNTO: Será que os nossos políticos entenderam esse novo comportamento do eleitor mesmo nas pequenas cidades ( onde 90% dispõe de um celular)? Estarão esses políticos conscientes de que estão em contínuo julgamento pela opinião pública?Sabem dos riscos de exposição na mídia virtual no caso de deslizes e escândalos?

CUIDADO! A chegada dos experientes delegados Luciano Flores e Luciano Merin para o comando da Polícia Federal em nosso Estado preocupando também muitos dos nossos políticos. Ambos já atuaram na Lava Jato e portanto tem conhecimento dos esquemas que norteiam a corrupção no poder público. Tudo pode acontecer!

VERGONHA - O mandato garante o foro privilegiado e as chances maiores de absolvição. Aí os investigados e processados são candidatos em 2018. Varios casos locais, inclusive o deputado Vander Loubet( PT), Edson Giroto (ex-deputado- PR) e o ex-governador Puccinelli (MDB). Essa absolvição do senador Jucá (MDB-RO), após 14 anos e com o ministro Gilmar Mendes retendo o processo por 5 anos anima os políticos na alça de mira da justiça.
EM ALTA O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) já é o 2º colocado na ultima pesquisa da ‘Ranking Pesquisas’ realizado em 79 cidades entre 1 a 5 de fevereiro. Ele chegou a 18,16% contra 15,50% de Puccinelli, que na pesquisa de dezembro ocupava a vice liderança. O juiz Odilon de Oliveira (PDT) mantém a liderança com 30,16%.

DEMAIS - candidatos: cel David (Patriotas) 5,5% - Alcides Bernal (PP) 4,66% - Armando Amaducci (PT) 1.83% - Ricardo Ayache (PSB) 1,66% - Claudio Sertão (Podemos) 1,50% - Suel Ferrant (PSOL) 1,50%. 19,66% não sabem/não respondeu. Esse universo de quase 20 % de eleitores que não se manifestaram segue a média tradicional.


SENADO - Nelsinho e Zeca do PT sob riscos ou de dor de cabeça. No caso do ex-governador a situação piorou após as declarações do ministro Luiz Fux de que os envolvidos no ‘Ficha Limpa’ serão excluídos da disputa. Zeca se enquadra nesta situação. Já o ex-prefeito, precisa se livrar das desgastantes investigações contra ele.

OS NÚMEROS - Nelsinho (PTB) 31,16% - Zeca do PT 18,25 – Pedro Chaves (PSC) 14,75% - Moka (MDB) 10,25% - Murilo (PSB) 6,83% - Dorival Bettini (PR) 4,33% - Ridel (PSDB) 3,58% - Chico Maia (Podemos) 3,16%. Apenas 7,69% disseram não saber ou não se manifestaram. Um índice considerado baixo para o cargo.

DESTAQUE-  para o senador Pedro Chaves que em pouco tempo de mandato ganhou visibilidade nacional com sua boa atuação e que repercutiu nas bases. Aliás, isso mostra a importância da mídia na política. Com 14,75%, ele superou Moka- 10,25%. Sua ida para o PRB no dia 26 próximo é interessante. Chaves está motivado para a reeleição.
Como eu sempre digo: político preparado é reconhecido.

BOLSONARO -  continua batendo Lula aqui no MS – 34,00% contra 22,00%. Marina tem 8,00% - Álvaro Dias 5,66% - Alckmin 5,00% - Ciro Gomes 3,33% - Meireles 1,16% - Caiado 1,00% - Collor 0,33%. Não responderam/não sabem somaram 17,86%. Conclusão: Bolsonaro consegue aglutinar todo o sentimento anti PT no Estado.

BELEZA - Como diz o ex-deputado Londres Machado: Brasília exige políticocespecialista em alguma matéria ou atividade. E assim o deputado federal Fabio Trad (PSD) participará da comissão especial que cuidará da reforma do Código de ProcessocPenal. Fruto de seu trabalho na comissão congênere do C.P.Civil em 2015.

AMILCAR SILVA -  Com atraso registro a sua morte. Figura rara como juiz de direito. Mineiro afável, amante do futebol, com capacidade incrível de fazer amigos. Por onde serviu deixou saudades. Foi assim em Guiratinga, Paranaíba, no Bolsão e na capital. “O passado não é aquilo que passa. Mas o que fica do que passou”. (Tristão de Ataíde)
“É relativamente fácil suportar a injustiça. O mais difícil é suportar a justiça.”
(H.L. Mencken)