Parece o título de um filme, mas é apenas mais um capítulo da novela coxinense que já dura algum tempo.
Alguns dias atrás, certos setores da imprensa argumentavam que o Rally dos Sertões iria aquecer a economia local, pois os participantes daquela competição iriam se hospedar nos hotéis, consumir nos restaurantes, frequentar os bares...
Enfim, tudo que a atividade turística costuma movimentar, mas nada disso foi constatado.
“Movimentou mais a imprensa do que o comércio”
Qual foi minha surpresa no dia de ontem (04/09), quando, ao percorrer a cidade, percebi grande movimento na rede hoteleira da cidade por conta dos JOJUMS (Jogos da Juventude de MS). Em todos os hotéis pelos quais passei vi grande movimentação, própria dos adolescentes que saem para competir em outras cidades, no entanto, esse "aquecimento" da rede hoteleira não foi digno de nota na imprensa marrom.
Obviamente, esse "aquecimento" não se converteria em capital político para ninguém, pois os JOJUMS concentram modalidades esportivas geralmente praticadas por camadas inferiores na estratificação socioeconômica da população brasileira, ao passo que um Rally só é praticado por pessoas com o poder de consumo elevado, haja vista o alto valor de mercado dos automóveis utilizados nas competições da modalidade.
Está aí o motivo do Rally e seu "poder de aquecedor" ter maior destaque na imprensa que os JOJUMS.
É curioso notar, que a exemplo de uma ditadura, percebe-se a influência das "estruturas do poder" sobre o conteúdo da imprensa: só se fala daquilo que é conveniente ser falado.
Salvo raras exceções, escutam-se, ao longe, algumas vozes dissidentes a destoar do discurso do "tudo vai bem" e das "pontes para o futuro".
Se existe uma ponte para o futuro, os políticos conseguiram a proeza de transformar a ponte numa pinguela.