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Coluna

Olimpíadas no Japão pode ser o novo pico para a pandemia de Covid-19

5 JUL 2021Por Paulo Ricardo12h:25

A retrospectiva dos novos casos de Covid-19 nas competições esportivas do Brasil e da Europa estão mostrando que os protocolos de segurança sanitária não estão sendo eficientes, dessa forma, o que podemos esperar dos próximos dois megaeventos de julho e agosto... mais contaminados e mais mortes!?

Os jogos olímpicos e paralímpicos podem ser o novo pico para a pandemia de Covid-19

Brasil

No Brasil a Copa América está sendo realizada desde o dia 13 de junho e vai até o dia 10 de julho. Mesmo com protocolo de medidas preventivas apresentados pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e aprovado pelo Ministério da Saúde (MS), já foram mais de 150 infectados pela Covid-19.

A lista de contaminados inclui jogadores, membros das delegações, prestadores de serviços terceirizados e funcionários da Conmebol

A competição conta com o envolvimento de 1.100 pessoas, sendo 10 equipes com 65 membros por seleção e mais 450 pessoas envolvidas no apoio. As partidas estão acontecendo em Cuiabá (MT), Brasília (DF), Goiânia (GO) e Rio de Janeiro (RJ).

Segundo o MS, a positividade de casos por Covid-19 é de 0,67%

Europa

A Eurocopa iniciou no dia 11 de junho e vai até o dia 11 de julho. Mas ao contrário do Brasil, foi permitido a presença de público nos estádios de futebol e conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de novos casos de Covid-19 aumentou em 10%.

OMS alerta que a presença de público nos jogos e nos bares está ajudando no aumento de novos casos de Covid-19

A Eurocopa com 24 seleções está acontecendo nas seguintes sedes e estádios: Amsterdã (Johan-Cruyff-Arena), Baku (Estádio Nacional), Sevilha (Estádio Olímpico de La Cartuja), Budapeste (Nuevo Estádio Nacional), Bucareste (Arena Nationala), Glasgow (Hampden Park), Copenhague (Telia Parken), Londres (Estádio de Wembley), Munique (Allianz Arena), Roma (Stadio Olimpico), São Petersburgo (Estádio Krestovsky).

Mesmo com a pandemia do Covid-19, na partida entre Hungria e Portugal, no Puskas Arena, em Budapeste, cerca 60 mil pessoas estavam presentes no estádio

Viktor Orbán, primeiro-ministro húngaro, afrouxou as restrições para a Eurocopa, antes impostas pelo seu governo para combater a pandemia da Covid-19. Orbán pensando na sua quinta reeleição em 2022 acredita que liberar eventos esportivos é uma medida muito eficaz para cair no gosto da população. Dessa forma, liberou lotação máxima para os jogos no Puskas Arena.

Japão

Mesmos com os protestos da população japonesa e com o aumento de novos casos de Covid-19, o Comitê Olímpico Internacional (COI) garante que as Olimpíadas serão seguras tanto para os atletas quanto para a comunidade japonesa.

Cancelamento dos jogos olímpicos no Japão podem resultar em um prejuízo de 2 trilhões de ienes (aproximadamente 91 bilhões de reais)

Com os exemplos da Copa América no Brasil e a Eurocopa, está difícil acreditar no COI que as medidas sanitárias vão funcionar como estão escritas no papel... pois todos sabem!!! que na prática é bem diferente.

25% da população japonesa receberam pelo menos uma dose e apenas 13% da população está totalmente vacinada

Os números da vacinação no Japão, que já está recebendo atletas e delegações, não são favoráveis, pois estão muito abaixo do ideal para prevenir a disseminação do vírus pelo país. Inclusive, já foi detectada a nova variante Delta em participante olímpico de Uganda. Especialistas afirmam que essa mutação é mais transmissível do que a britânica, a brasileira e a sul-africana.

Técnico africano testou positivo para a Covid-19 na chegada a Tóquio, sendo diagnosticado posteriormente com a mutação indiana (Delta)

Aproximadamente 11 mil atletas de mais de 100 países irão desembarcar no Japão até o dia 23 de julho, sem esquecer da equipe técnica e de apoio, assim como, mais de 6.000 trabalhadores da mídia estrangeira para cobrir os jogos. Estima-se que serão 100 mil pessoas entrando no país. O que não descarta a possibilidade de pessoas com o vírus entrarem no Japão e, depois, espalharem a doença para todo o mundo.

Itália vai participar com o maior número atletas, sendo 186 homens e 186 mulheres, totalizando 372

Por fim, a variante Delta responde agora por quase um terço de todos os casos novos de Covid-19 no leste do Japão, incluindo Tóquio, e que pode chegar a 50% até o início das Olimpíadas. A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, não descarta a proibição de espectadores nos eventos, como uma opção paliativa.

Mas todos sabem...

Se a situação do coronavírus piorar no Japão...

É muito mais sensato cancelar definitivamente os jogos olímpicos, pois até o COI está esquecendo do Fair Play*

* Fair Play é uma expressão em inglês, comumente traduzida como “modo leal de agir”.

A origem do termo surgiu em 1896, através do barão Pierre de Coubertin – o idealizador – dos Jogos Olímpicos modernos. Em Atenas, o barão utilizou a expressão fair play como uma filosofia: "Não pode haver jogo sem fair play. O principal objetivo da vida não é a vitória, mas a luta".

Com a pandemia do Covid-19, o Fair Play dos organizadores e patrocinadores dos jogos olímpicos deveria SER O RESPEITO PELA VIDA HUMANA EM PRIMEIRO LUGAR, em vez do lucro ou prejuízo financeiro.

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