NO PAREDÃO: Já se questiona o futuro da senadora Soraya Thronicke (União Brasil) pela volatilidadede sua base eleitoral e devido as suas críticas ácidas ao presidente Bolsonaro. Eleita com o slogan ‘a senadora do Bolsonaro’- ignora as pesquisas no Mato Grosso do Sul e seu desempenho (pífio) na corrida presidencial. Os seus ex-eleitores irão perdoá-la pela traição?
A PRECAVIDA: Ao TSE Soraya declarou ter guardado em sua casa nada menos que R$ 250 mil em grana viva. Sobre o fato (legal), em entrevista recente à Folha de São Paulo, alegou que a iniciativa visa suportar as despesas domesticas de manutenção familiar e eventuais emergências. Convenhamos: prática rara, pouco recomendável em época eleitoral e de tanta violência, dando margem a comentários desgastantes.
1-FOLCLÓRE: Governador de Pernambuco, Agamenon Magalhães (1893/52), visitava o interior e numa casa pediu água para a moradora. Incontinenti ela pediu ao filho: “Agamenon traga água para a visita”. O garoto trouxe a água e despertou a curiosidade do político que indagou: “O nome de seu filho é homenagem a alguém? ”. Ela respondeu: “Não sinhô. É que uns tempos pra cá ele danou a roubar que só vendo”.
2-FOLCLÓRE: Após invadir Quijingue (BA) Lampião distribuiu dinheiro ao povo e patrocinou um baile público. Em 1923, ele chegou sem avisar a Nazaré do Pico (PE) para impedir o casamento da sua prima Maria L. Ferreira, sua paixão de infância. Mas foi convencido pelo padre e acabou indo embora sem criar confusão. Mas impôs uma condição: ninguém poderia dançar após o casório.
VIVO OU VIVA? Economista, o deputado Paulo Duarte (PSB) denunciou a manobra da Vivo que não repassa aos clientes o valor correspondente a redução havida do ICMS. Foi tiro e queda. Após a denúncia ao MPF, a Anatel já determinou a devolução do valor excedente em dobro aos clientes e aplicação de multa. Na próxima fatura os clientes já sentirão a diferença e os efeitos da denúncia.
MESMICE: Chegada a hora em que os argumentos dos candidatos nos debates (combinados?) e nas entrevistas se tornam demasiadamente repetitivos, sem o cuidado de se evitar os mesmos chavões. Outro ponto questionável: as críticas e promessas genéricas de resolver diferentes problemas, mas sem qualquer embasamento técnico e financeiro. É o velho chutômetro’!
POBREZA: Se os jingles tem sido ponto alto nas campanhas em outros estados, dando popularidade a candidatos, como é o caso do Tiririca parodiando Roberto Carlos (‘O Portão’), aqui não se investe neste tipo de mídia inteligente. Até aqui a propaganda nas redes sociais é chula, apelativa, escrota. Falta criatividade e sobra agressividade.
VISIONÁRIO: Após visitar a Feira Internacional de Chicago em 1893, Delmiro Gouveia construiu em Recife o 1º shopping center da A. Latina (incendiado por adversários). Em Paulo Afonso (AL) (1916) construiu a 1ª hidrelétrica do país e na cidade de Pedra criou uma fábrica de linhas de costura. Morto ‘misteriosamente’ a tiros em 1917, a empresa foi comprada pela Machine Cotton (concorrente inglesa) que destruiu as máquinas jogando-as no Rio São Francisco. O jogo é bruto!
INFORME-1: Pelo sistema proporcional os votos vão primeiro para os partidos ou federação, e depois para os candidatos. Conta-se os votos do partido e depois calcula-se quantos serão eleitos em cada sigla e quem serão eleitos. Candidatos com o equivalente mínimo de 10% do quociente eleitoral podem ser beneficiados com as ‘sobras’ de votos de candidatos (do partido ou federação) que superaram o quociente eleitoral.
INFORME-2: Com a reforma eleitoral participarão do rateio das sobras só os partidos e federações que obtiveram pelo menos 80% do quociente eleitoral e pelos candidatos que tenham obtido votos em número igual ou superior a 20% desse quociente. A medida veio corrigir distorções. Em 2010 um candidato a deputado federal se elegeu com apenas 200 votos graças a grande votação do Dr. Eneas.
INFORME-3: No MS em 2018, o comparecimento do eleitorado foi de 78,78%( 1.478.842 eleitores) e 10,42% (195.635) de brancos/nulos para deputado estadual. Votos válidos – 1.283.007 – equivalente a 68,35%. Portanto o quociente eleitoral (dividindo 1.283.007 votos válidos pelo número (24) de vagas) foi de *53.458 votos.* A tendência é que nestas eleições o quociente seja maior.
INFORME-4: Naquela eleição, para deputado federal o número de votos em branco e nulos chegou a 12,71% - totalizando 238.615 votos inutilizados. Foram 42.980 votos a mais desperdiçados em comparação com os votos brancos/nulos para deputado estadual. Mostra que o eleitor prioriza os candidatos a Assembleia Legislativa. O quociente eleitoral foi de 155.003 votos.
HERÓI: Sabia? O general recifense Abreu de Lima começou sua trajetória na Revolução Praieira (1817) contra Portugal; fugiu para os ‘States’ e de lá para a Venezuela juntando-se a Simon Bolivar. Entre 1819 e 1830 cruzaram a Amazônia de canoa, venceram a Cordilheira dos Andes, libertando o Equador, Colômbia, Venezuela, Peru, Panamá e Bolívia. Defendeu a abolição dos escravos e a reforma agrária. Condecorado chegou a general por bravura e merecimento.
NEBULOSO: A reclamação de centrais do comando de campanhas ao Governo do Estado é que os números de algumas pesquisas – se comparados minuciosamente – seriam controversos e acabam influenciando e confundindo os eleitores, passando inclusive uma imagem de descrédito. As decisões da Justiça Eleitoral em suspender publicações botam lenha na fogueira.
DR. PEDRO CASTILHO: “A legislação, infelizmente precisa ser atualizada, no formato atual permite que pesquisas fraudulentas sejam divulgadas anteriormente à apresentação de documentos que permitam o controle de legalidade de lisura do resultado. Mesmo com decisões judiciais contrárias, a pesquisa acaba sendo veiculada e não dá para controlar totalmente a internet. O certo seria os institutos apresentarem os dados antes de poderem divulgar. Mas a lei permite a divulgação anterior à apresentação dos dados. Portanto, quando a pesquisa cai o estrago já está feito."
UMA FIGURA! Cruz Cabugá, personagem de proa na revolução emancipacionista (anti Portugal) de 1817 em Pernambuco. Foi ao exterior tentar recrutar Napoleão Bonaparte para lutar com os pernambucanos contra Portugal, mas o resgate na ilha de Santa Helena furou e os seus soldados mercenários acabaram capturados. Para não ser preso ficou na América do Norte até receber o perdão real em 1821.
BEM ATUAL: Em 1933 Noel Rosa compôs “Onde está a honestidade? ” que merece ser lembrada: “Você tem palacete reluzente/Tem joias e criados à vontade/Sem ter nenhuma herança nem parente/ Só anda de automóvel na cidade/E o povo já pergunta com maldade/ Onde está a honestidade?/O seu dinheiro nasce de repente/E embora não se saiba se é verdade/ Você acha nas ruas diariamente/Anéis, dinheiro e até felicidade/E o povo já pergunta com maldade/Onde está a honestidade? ”
‘CUIDADO’: A música de Eduardo Costa também retrata o país: “E agora não adianta ficar bravo/É Deus por nós e cada por si/Pode parar com o choro e mi,mi,mi/Vendeu/ Trocou os hospitais pelos estádios/E agora estádios viram hospitais/Você trocou Jesus por Barrabás/Sem mais/Cuidado que eles passam/Só de 4 em 4 anos/E o resto desse tempo/Eles ficam planejando/A festa, o pão, o circo/ Feriado e o carnaval/Depois o povo morre/Em corredor do hospital/ Cuidado/ Vendeu o voto e a alma pro diabo..(-)”
PÍLULAS DIGITAIS:
Aviso importante: Quem ainda não brigou com amigos e familiares por causa de política, essa é a última semana! Aproveite!
A política é a arte de impedir as pessoas de participar de assuntos que são do seu interesse. ( PaulValéry)
O drama da internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade. (Umberto Eco)
Um milhão de pessoas no funeral da rainha e nenhum flanelinha, vendedor de cerveja, espetinho, água, cachaça ou pão de queijo.
O novo (rss...rss) rei da Inglaterra parece ter problema com canetas. E foi casar logo com uma *Parker.* (Nelson Padrella)
Quando acabou aquele velório teve-se a impressão de que o morto ficou mais aliviado.
(Stanislaw Ponte Preta)
Tudo que não invento é falso. (Manoel de Barros)
PONTO FINAL:
Onde está a vida que perdemos vivendo?
Onde está a sabedoria que perdemos no conhecimento?
Onde está o conhecimento que perdemos na informação? (T.S. Eliot)