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Valdir Silva

Coluna

Respeitar é preciso!

11 AGO 2020Por Valdir Silva11h:41

Na cidade vizinha, Rio Verde de MT/MS, a fala do atual prefeito, em entrevista a uma rádio local, gerou polêmica ao referir-se à cabeleireira transexual Thayla Almeida.

Na entrevista o prefeito afirmou que a cabelereira não tinha nenhuma utilidade e não tinha dignidade porque não seguia sua "tendência natural"

O teor da sua fala está todo repleto de preconceitos. A começar por desconsiderar o trabalho de cabeleireira como profissão. A Lei 12.592 reconhece e regulamenta a profissão de cabeleireiro.

Em última análise, um gestor que desconhece a lei está apto a transgredi-la e inapto ao exercício da gestão pública.

A partir desse discurso é possível concluir que o prefeito parece não dar a devida importância aos profissionais da beleza que gera emprego e renda na cidade, uma vez que ele considera uma cidadã que exerce tal profissão não tenha serventia nenhuma.

Outro aspecto digno de nota de repúdio se refere a infundada ideia de que a dignidade de uma pessoa está associada à sua orientação sexual ou à identidade de gênero.

Ao afirmar que Thaila não segue sua "tendência natural", o prefeito, de modo indireto e transverso, diz que a tendência natural é o do subjugo feminino e da total impossibilidade de prevalência de uma política existencial pautada na diversidade.

O desmascaramento desse discurso revela a mais fria e cruel face do machismo e da homofobia. Segundo deu a entender na entrevista, Thaila não poderia falar pelo fato de ser uma mulher transexual.

O prefeito se defende em meio à polêmica afirmando que a cabeleireira quer "manchete" e de fazer uso político de suas declarações

Mesmo que haja raríssimas exceções ainda é pequeno o espaço conquistado pelos grupos minoritários da diversidade sexual no campo da política.

Há muito o que se avançar num espaço dominado pela cultura machista e marcado pela heteronormatividade reguladora de padrões morais. Seja como for, se por motivações políticas ou não, o prefeito perdeu uma ótima oportunidade de ficar calado.