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Audiência propõe soluções para impactos negativos de obras da BR-163 em Nova Alvorada
Uma reunião com grande participação popular e alguns encaminhamentos: assim foi a audiência pública que lotou as dependências da Câmara Municipal de Nova Alvorada do Sul na noite desta sexta-feira (17) e discutiu os impactos negativos provocados pela duplicação da BR-163 no perímetro urbano da cidade.
Abrindo os trabalhos, o presidente da Câmara, vereador Edir Alves de Mesquita, fez uma menção especial ao deputado petista João Grandão. “Quero cumprimentar o deputado João Grandão que, através do nosso convite, provocou essa audiência pública”.
Segundo ele, um projeto de adequação urbana foi elaborado em parceria entre o Legislativo, a Prefeitura e o Sindicato Rural da cidade e apresentado à CCR-MSVia, empresa que detém a concessão da BR-163 por 30 anos.
“Esse projeto sugeria os pontos de passagem de veículos pela BR e também passarelas aos pedestres, tudo para manter o comércio entre o lado direito e esquerdo da cidade, mas não foi por completo atendido e já começaram a fechar partes da rodovia. Da forma que está vai prejudicar o desenvolvimento econômico da cidade”, explicou.
Na mesma linha, o doutor Maurício Meceles Cabral, promotor da Comarca de Nova Alvorada do Sul, lamentou a ausência de um representante da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e também criticou a divisão que o projeto da CCR-MSVia causará na cidade.
“A concessão da duplicação prevê um único viaduto no município. Não podemos criar um Apartheid social, como um muro segregando cidadãos da margem esquerda daqueles da parte direita do município”, disse o promotor, que lembrou que tramita na Justiça um inquérito civil nas questões ambiental e de segurança, além dos reflexos econômicos e sociais ocasionados pelas obras de duplicação.
Representando a CCR-MSVia, Claudeir Passos argumentou que nem todos os itens do projeto apresentado puderam ser contemplados por questões de segurança e engenharia. “Cerca de 90% pudemos atender. Outros itens foram inviabilizados porque não podemos por vidas em risco, por exemplo, deixando as avenidas lateria da BR duplicadas ou um trevo próximo a um posto de gasolina, que será complicado pela quantidade de caminhões que trafegarão por lá”, exemplificou.
Em sua vez, o deputado João Grandão incentivou os cidadãos presentes a apresentarem sugestões. “Esta audiência pública tem valor legal e, no que depender de nós, parlamentares, faremos toda a articulação política necessária para viabilizar as demandas de vocês. Mas vocês precisam parrticipar com sugestões, afinal é a vida de vocês que será afetada diretamente com essas obras”.
O prefeito Arlei Barbosa elencou alguns pontos importantes que precisam constar nas obras de duplicação.
“Pedimos para que a CCR reveja a questão das mãos únicas. Segundo o projeto, a (rua) Antonio Diniz subiria e a (rua) Odete Trombini desceria, o que ficaria muito ruim para o comércio. É preciso que elas se mantenham mão dupla pelo menos do trevo até a (empresa) Dalas”, disse.
O chefe do Executivo também sugeriu a construção de uma trincheira, espécie de passagem inferior de carros somente para carros pequenos, motos, pedestres e ciclistas, por baixo da rodovia, na altura do Hotel Alvorada. “Sei que pode não ser o ideal para muitos moradores, mas tiraria a necessidade de uma das passarelas e traria uma solução imediata de passagem com segurança dos moradores de um lado para o outro da rodovia, comércio, alunos etc. Essa trincheira ligaria a rua Antônio Diniz com a Odete Trombini, ligaria as duas margens e não afetaria o fluxo da rodovia”, acrescentou.
No final, foram aprovados por aclamação alguns pontos principais das propostas que novamente serão encaminhadas à CCR MSVia, com cópia à ANTT e ao Legislativo Municipal e Estadual, além de deputados federais, senadores e todos que compõem a bancada de Mato Grosso do Sul em Brasília.
Os pontos são a mão dupla nas ruas Odete Trombini e Antônio Diniz; a passagem de nível (trincheira) na altura do Hotel Alvorada; construção de alças de acesso à Nova Alvorada do Sul a cada 500 metros; e a retirada dos guard rails do acesso à cidade até a conclusão da obra. A proposta de retirada do traçado da rodovia do perímetro urbano e a construção de um anel viário foi reprovada.
Foi definida também a criação de um grupo de trabalho para monitorar as obras junto à CCR MSVia e à ANTT.