Geral
Ano assombroso? 2024 registra duas sextas-feiras 13 em menos de três meses: 'tá explicado'
Que ano foi esse? Se levada em conta a superstição dos brasileiros, o fato de ter tido mais de uma sexta-feira 13 pode ter contribuído para “o caos que foi 2024“. Diante de diversos relatos de tragédias pessoais e coletivas, para alguns, a recorrência da data assombrosa teria provocado energias mais densas e impactado em um ano excessivamente “carregado”.
É importante ressaltar que a crença fica no âmbito da superstição, que faz com que muitos acreditem que as sextas-feiras 13 são marcadas por aparições de assombrações, fatos sobrenaturais e intercorrências de azar. Qualquer coisa que dê errado nesse dia, é culpa da data. Em um ano em que ela se repete então…
E 2024 teve um “plus” no assunto, especialmente no último semestre do ano, já que esta é a segunda sexta-feira 13 em dois meses – a última ocorreu em setembro.
Não é sempre que isso acontece, mas quando ocorre, a associação ao número de vezes que a data aconteceu acaba sendo inevitável para internautas, que comentam o tema nas redes sociais. 2023, por exemplo, também teve duas sextas 13, mas com espaço maior entre elas, sendo uma em janeiro e outra em outubro.
A outra vez que isso se repetiu foi em 2020, em março e novembro, justamente o ano do início da pandemia de Covid-19 no Brasil e coincidentemente no mês em que ela começou. Já 2021 e 2022 tiveram só uma sexta-feira 13 cada.
Ou seja, na década, esta é a primeira vez que a data se repete dentro do período de 60 dias. E, levando em conta o simbolismo por trás dela, muitos internautas começaram a “entender” por que 2024 foi um ano tão complicado, ou “bosta”, nas palavras dos mesmos.
“Tá explicado porque esse ano foi uma bosta”, “É a segunda sexta-feira 13 em dois meses, a gente não tava preparado pra isso”, “Não tá escrito o que aconteceu nesse tempo, creindeuspai” e “É dia da maldade e das coisas ruins acontecerem” foram alguns comentários.
O medo das sextas-feiras 13
Em torno dessa data giram boatos e superstições, levando muitas pessoas a sentirem medo. Esse medo irracional das sextas-feiras 13, inclusive, é considerada uma fobia, que até tem nome: triscaidecafobia.
No Brasil, a maioria das fobias são encaradas como “frescura” quando na verdade são condições que se misturam com as coincidências e superstições dessa data. A cientista social Izabela Prado Ronda, explica que a sexta-feira 13 é uma construção social, histórica e, portanto, intimamente relacionada à cultura de cada povo.
Prado comenta que durante a história, nunca foi comprovado ou explicado as causas e efeitos que constroem essa data, muito pelo contrário, reforçam os preconceitos por meio das lendas e tradições que permeiam na data. Segundo ela, a sexta-feira 13 pode ter sido ‘criada’ para impor medo sociedade por aqueles que detinham o poder.
“Dentre as possíveis fontes históricas para o surgimento da ‘sexta-feira 13’ como um ‘símbolo do mal’, que a maioria delas versam sobre uma situação de dominação, na qual aqueles que detinham o poder, e o exerciam de forma indiscriminada, se sentiram de alguma forma ameaçados”, diz a cientista social, acrescentando que, posteriormente, surgem as superstições.
Origem da data
A primeira resposta remete ao cristianismo e ao contexto da Bíblia. Para os seguidores dessa religião, o número 13 é um número amaldiçoado por ser o número exato de pessoas que estavam presentes na Última Ceia de Jesus Cristo, sendo o 13º apóstolo o traidor Judas Iscariotes. Jesus então seria crucificado pouco tempo depois, em uma sexta-feira.
Há ainda uma outra explicação popular que diz que, na numerologia, o 13 é um número rompe a barreira do “completo”. Tal característica poderia ser visto no 12, um número considerado “pleno” e “inteiro”.
Midiamax