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'Golpe dos bichinhos de pelúcia': polícia acredita que milícia está por trás de quadrilha que frauda máquinas 

29 AGO 2024Por Redação/EC08h:03

Três pessoas foram encaminhadas à delegacia para esclarecimentos. Investigação aponta que as máquinas eram fraudadas para que as 'garras' ficassem frouxas e não pegassem os bichinhos de pelúcia.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro tem elementos para acreditar que a quadrilha que fraudava máquinas de bichinhos de pelúcia tem relação com o jogo do bicho ou com a milícia. Uma operação para cumprir mandados foi feita nesta quarta (28), e três funcionários de empresas alvos foram levados para a delegacia para prestarem depoimento.

Na 2ª fase da Operação Mãos Leves, o delegado Pedro Brasil afirma que o material encontrado na ação dá indícios de envolvimento de organizações criminosas. Em um galpão em Inhaúma, na Zona Norte do Rio, agentes encontraram máquinas que estavam destinados a shoppings de Sulacap, Bangu, Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Ilha do Governador.

Segundo a polícia, o galpão funciona como sede da Black Entertainment. No local havia dezenas de máquinas e centenas de brinquedos que peritos identificaram serem pirateados.

Como funcionava a fraude

A delegacia especializada descobriu que o grupo instala em cada equipamento um contador de jogadas que interfere na corrente elétrica que alimenta a grua para fisgar as pelúcias — que o cliente acredita controlar.

Segundo as investigações, somente após um determinado número de créditos o grampo libera a potência necessária para a garra pegar um brinquedo.

Na maioria das tentativas, portanto, a pessoa vai perder dinheiro, porque a máquina não terá a força suficiente para capturar um bichinho — fora a dificuldade natural de acertar a jogada.

No galpão da Black, a polícia encontrou baias identificadas com nomes de shoppings, como o Via Parque e o West. As máquinas adulteradas eram colocadas nessas divisórias e encaminhadas para esses endereços.

Segundo o delegado Pedro Brasil, todos os aparelhos encontrados na Black estavam com o contador de jogadas.

Pelúcias falsificadas

As investigações tiveram início após informações de que as empresas Black Entertainment e London Adventure utilizavam bonecos falsificados de personagens de marcas registradas em máquinas localizadas em diversos shoppings centers do Grande Rio.

Tal notícia permitiu o início da 1ª fase da Operação Mãos Leves, em maio, onde máquinas e grande quantidade de pelúcias foram apreendidas.

No transcorrer do inquérito, após exames realizados por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), ficou demonstrado que o sistema era adulterado.

“Dessa forma, torna-se evidente que se trata de um processo fraudulento para enganar os consumidores, que acreditam que a obtenção do ganho depende da sua habilidade ao operar a grua, mas, segundo a perícia, depende exclusiva ou principalmente da sorte”, afirmou a polícia.

Foi apurado também que um dos alvos já foi investigado pela prática de jogo de azar vinculado a máquinas caça-níqueis, o que levantou a suspeita da participação do Jogo do Bicho na atividade.

Nesta quarta-feira, além das máquinas e das pelúcias, foram apreendidos celulares, computadores, notebooks, tablets e documentos, que serão examinados para que a Polícia Civil tente desvendar a estrutura do grupo criminoso. O objetivo é também identificar a participação de outros integrantes e de organizações criminosas envolvidas.

Os investigados podem responder por crimes contra a economia popular, contra o consumidor, contra a propriedade imaterial e associação criminosa, além da contravenção de jogo de azar.

As investigações também prosseguirão para apurar eventual prática de lavagem de dinheiro.

g1

M9

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