Rodovia
BR-163: Receita com pedágio na MSVia dispara após reajuste
Concessionária teve aumento de receita de 69,9%, o maior entre as subsidiárias da CCR
O aumento de 3,69% na tarifa de pedágio em 14 de junho deste ano, aliado ao aumento no volume de veículos, fez com que a MSVia, concessionária responsável pela BR-163, ostentasse o posto de subsidiária da CCR que mais teve ganho de receita tanto no segundo trimestre de 2024, quanto no recorte do primeiro semestre do ano.
Os números estão no balanço do grupo CCR, publicado aos investidores e ao mercado na noite desta quarta-feira (29).
No comparativo entre o segundo trimestre de 2024 e o mesmo período do ano passado, a receita bruta com pedágio na BR-163 em Mato Grosso do Sul disparou 69,9%, saltando de R$ 40,95 milhões no segundo trimestre de 2023 para R$ 69,5 milhões no período compreendido entre abril e junho deste ano.
Quando o corte é feito por semestre, o percentual também é expressivo: crescimento de 34,3% na receita com pedágio na concessionária, saltando de R$ 83,3 milhões no primeiro semestre do ano passado para R$ 111,8 milhões no primeiro semestre de 2024.
Na comparação entre semestres, o segundo melhor desempenho entre as subsidiárias da CCR para concessão de rodovias ficou com a RioSP, concessionária responsável pela Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro (BR-116), e pela Rio-Santos (BR-101). O aumento de receita foi de 15,7% na comparação entre os primeiros semestres de 2023 e 2024, e de 15,1% no comparativo entre os segundos trimestres dos mesmos anos.
A AutoBAn, concessionária do sistema Anhanguera-Bandeirantes, que liga São Paulo (SP) a Campinas e outras cidades do interior paulista, teve o terceiro maior aumento de receita entre as subsidiárias. O aumento de receita nesta concessão foi de 14,8% na comparação entre semestres do ano passado e deste ano, e de 14,4% no comparativo entre os mesmos trimestres de 2023 e 2024.
Também houve aumentos, mas em percentuais menores, nas concessionárias RodoAnel Oeste, SPVias, Via Costeira e Via Lagos. As concessionárias Via Sul (influenciada pelas cheias no Rio Grande do Sul) e Via Oeste (Castelo Branco e Raposo Tavares, em São Paulo) tiveram queda na receita com pedágio.
Operacional
Em termos de desempenho operacional, o crescimento de 8,1% no movimento na MSVia ajudou a elevar a receita. O crescimento foi o segundo maior do sistema CCR, ficando atrás apenas da AutoBAn.
No primeiro trimestre do ano passado, passaram pelo pedágio da BR-163 um total de 12.765.091 veículos, enquanto no mesmo período de 2024, o total foi de 13.796.457.
Reportagem publicada neste mês pelo Correio do Estado mostra que a concessão (cobrança de pedágio) de mais vias que ligam Mato Grosso e Mato Grosso do Sul a São Paulo elevou o tráfego na BR-163.
Na equação demonstrada pelo grupo CCR, a MSVia teve a maior variação de tarifa média entre as subsidiárias do grupo. Ela passou de R$ 3,20 no segundo trimestre de 2023 para R$ 5 no segundo trimestre deste ano, um aumento de 56,3%.
Receita Bruta de Pedágio (2T23 vs. 2T24)
MSVia
- 2T23: R$ 40.953 mil
- 2T24: R$ 69.589 mil
- Variação: +69,9%
RioSP
- 2T23: R$ 278.154 mil
- 2T24: R$ 320.082 mil
- Variação: +15,1%
AutoBAn
- 2T23: R$ 785.183 mil
- 2T24: R$ 898.093 mil
- Variação: +14,4%
RodoAnel Oeste
- 2T23: R$ 96.520 mil
- 2T24: R$ 109.692 mil
- Variação: +13,6%
SPVias
- 2T23: R$ 233.716 mil
- 2T24: R$ 254.046 mil
- Variação: +8,7%
ViaLagos
- 2T23: R$ 46.595 mil
- 2T24: R$ 48.410 mil
- Variação: +3,9%
ViaCosteira
- 2T23: R$ 47.770 mil
- 2T24: R$ 47.850 mil
- Variação: +0,2%
ViaOeste
- 2T23: R$ 300.299 mil
- 2T24: R$ 298.005 mil
- Variação: -0,8%
ViaSul
- 2T23: R$ 127.299 mil
- 2T24: R$ 93.562 mil
- Variação: -26,5%
Novo contrato
A CCR e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já encaminharam a repactuação da concessão da BR-163. O que falta para que o novo contrato seja assinado é a análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pendente desde setembro do ano passado. Enquanto não houver o parecer desta corte, a relicitação não continua.
A ANTT, conforme reportagem publicada pelo Correio do Estado nesta terça-feira (30), tem nova estimativa para assinar o contrato de repactuação com a CCR e sua subsidiária MSVia: o próximo mês de outubro.
Além da manifestação do TCU, ainda existem outros dois empecilhos para que a repactuação saia do papel: a concordância da concessionária com as novas regras de investimento e prazos a serem estipulados pelo TCU, e um leilão que ocorrerá na bolsa de valores B3, em que a concessão também estará disponível a outros players do mercado.
A oferta para os outros interessados tem o objetivo de reduzir a tarifa de pedágio, uma vez que um estudo da ANTT estimou em torno de R$ 20 a cada 100 quilômetros. Com o último reajuste aplicado em junho, a tarifa está em R$ 8,60 a cada 100 quilômetros percorridos.
Investimentos
Caso o plano seja aceito, a expectativa é que os investimentos na BR-163 ultrapassem os R$ 12 bilhões. Nos dois primeiros anos seriam aplicados R$ 2,5 bilhões. O restante, em 35 anos.
A proposta contém a duplicação de um trecho de aproximadamente 180 quilômetros entre Bandeirantes e Nova Alvorada do Sul, incluindo o Anel Viário de Campo Grande. Outros 10 quilômetros em outros pontos da rodovia seriam duplicados.
Esses 190 quilômetros de duplicação se somariam aos 150 quilômetros da BR-163 que já têm pista dupla.
Correio do Estado